Cabo Verde e São Tomé e Príncipe analisam mobilidade laboral na CPLP e formação de jovens

O governante cabo-verdiano disse ter analisado com o primeiro-ministro são-tomense “o processo de desenvolvimento, a necessidade de reforçar as relações económicas, principalmente no domínio do turismo, dos transportes, da agricultura, mas também do comércio”.

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Rádio Somos Todos Primos

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe querem apoio de países europeus para reforçar e relançar a formação técnica e profissional dos jovens, disse hoje o ministro das Comunidades cabo-verdianas, que iniciou uma visita oficial ao arquipélago para intensificar e acelerar o processo de atribuição gratuita da nacionalidade cabo-verdiana a cidadãos daquele país residentes em São Tomé e Príncipe.

“Os nossos jovens têm que ter formação, temos muita juventude desemprega, os países do norte querem nossa mão-de-obra qualificada e com certeza que temos que implicar o norte, os países europeus, Portugal em primeiro lugar, na formação, em ajudar a criar condições para reforçar e relançar a formação profissional, técnica, universitária para podermos ter recursos humanos cada vez mais qualificados para esses novos desafios abertos pela mobilidade porque hoje o mundo é global”, disse Jorge Santos.

O ministro das Comunidades e a ministra da Justiça cabo-verdiana, Joana Amado, encontraram-se com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.

“Passámos em revista as relações entre Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, as perspetivas de relançar e cada vez mais consolidar a cooperação já excelente entre os dois arquipélagos, porque são arquipélagos que têm muito de comum, os desafios de Cabo Verde também são desafios de São Tomé e Príncipe”, sublinhou Jorge Santos, no final do encontro com o chefe do Governo são-tomense.

O governante cabo-verdiano disse ter analisado com o primeiro-ministro são-tomense “o processo de desenvolvimento, a necessidade de reforçar as relações económicas, principalmente no domínio do turismo, dos transportes, da agricultura, mas também do comércio”.

“Por outro lado, analisámos profundamente a questão da evolução do processo de mobilidade laboral na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] e das relações entre Cabo Verde e São Tomé nestas relações, porque se por um lado já conseguimos libertar de algumas amaras de mobilidade entre os nossos Estados, por outro lado é preciso agora planificar e projetar novas soluções de mobilidade e estabilidade”, acrescentou Jorge Santos.

A missão de trabalho dos ministros cabo-verdianos visa intensificar e acelerar o processo de atribuição gratuita da nacionalidade cabo-verdiana a cidadãos daquele país residentes em São Tomé e Príncipe com término previsto para 31 de dezembro.

“Nós aprovámos uma lei em Cabo Verde para dar a nacionalidade de origem a todos aqueles que querem de forma gratuita e facilitada (…) apelamos a todos os cabo-verdianos que queiram, jovens e menos jovens, para adquirem e terem a dupla nacionalidade”, apelou o ministro das Comunidades.

Jorge Santos sublinhou que “em São Tomé os cabo-verdianos confundem-se com a própria população” são-tomense, assim como acontece em Cabo Verde.

“Os cabo-verdianos estão bem integrados aqui, mas os cabo-verdianos querem ter a dupla nacionalidade”, sublinhou o governante.

Segundo Jorge Santos, a questão das ligações aérea e marítima entre São Tomé e Príncipe e Cabo Verde também constam na lista das preocupações dos governantes dos dois arquipélagos, que estão a trabalhar em novas soluções mais acessíveis para as populações.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.

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